Informe traduzido a partir do disponibilizado em espanhol por Communia.
Tropas
do exército se unem à repressão dos protestos no Cazaquistão nesta
quarta-feira.
A repressão dos protestos
no Cazaquistão internacionalizou-se: paraquedistas russos e tropas armênias,
quirguizes e tajiques sob mandato da OTSC [Organização do Tratado de Segurança
Coletiva] estão adentrando o país para enfrentar os manifestantes. As agências
russas falam de uma ação conjunta para enfrentar “terroristas” e “bandidos”,
as norte-americanas falam de uma
tentativa de Putin para “expandir sua influência”.
Ambas escondem a realidade: do domingo passado até hoje, o Estado cazaque
colapsou diante do início de uma greve
de massas que se estendeu por todo o país, porém ela está longe
do nível de auto-organização dos trabalhadores que temos visto no Irã.
O que aconteceu?
Trabalhadores
petrolíferos em greve selvagem, começo dos protestos no Cazaquistão.
Nem tentativa frustrada
de golpe de Estado, nem invasão russa: repressão de uma greve de massas
A cronologia dos protestos no Cazaquistão fala por si mesma. No último domingo, 2 de janeiro, eclodiram protestos massivos em Zhanaozen depois que o governo dobrou os preços do gás. Depois das primeiras tentativas de repressão, os trabalhadores levantaram barricadas em toda a cidade.
Na noite de 3 e 4 de janeiro, começou uma greve selvagem nas empresas petrolíferas de Tengiz. Prontamente, a greve se estendeu às regiões vizinhas. Na verdade, o movimento grevista tem dois focos principais: Zhanaozen e Aktau, dois dos principais centros das indústrias extrativas.
Protestos no Cazaquistão. Caminhões de grevistas chegam em Almati.
Em 4 de janeiro, chegaram caminhões com trabalhadores petrolíferos em Almati e milhares somaram-se ao protesto ocupando o centro da cidade e protestando em frente a prefeitura.
Protestos
no Cazaquistão. Concentração massiva em frente a prefeitura de Almati.
O presidente Tokayev anunciou o estado de emergência nas regiões. Na manhã de 5 de janeiro, ele aceitou a renúncia do governo e propôs substituir o aumento de preços de 100% por outro de 50%. À tarde, ele anunciou que havia substituído seu mentor, o ex-ditador Nazarbayev, como chefe do Conselho de Segurança do país. Depois de reconhecer que os protestos haviam se estendido a mais da metade do país, anunciou que dezenas de “encrenqueiros” haviam sido “liquidados” e estavam sendo identificadas suas identidades.
Protestos
no Cazaquistão. A prefeitura de Almati em chamas depois do ataque dos
manifestantes.
Apesar da repressão, os
manifestantes seguiram protestando na frente da prefeitura de Almati, superando
as forças policiais (ver
vídeo). O edifício acabou em chamas e as concentrações
centraram-se no Ministério Público e na residência oficial do Presidente.
Também em Aktobe, outro grande foco insurrecional, o edifício de governo local foi atacado, sem êxito, pelos trabalhadores. Os protestos no Cazaquistão estavam longe de esgotarem-se.
Paraquedistas
da unidade aerotransportada da presidência, os pretorianos do presidente,
“varrendo” as ruas de Almati e aumentando a violência da repressão contra as
manifestações no Cazaquistão.
A repressão continuou assassinando
e prendendo em massa durante toda a noite. Em Almati, os
manifestantes levantaram barricadas, e gravaram vídeos de vários casos de
desarme das forças de segurança. Ante a resistência, em muitas cidades do país
a polícia se dissolveu ou se uniu aos protestos.
Para fazer frente ao
colapso ao qual havia sido levado o Estado pelos protestos no Cazaquistão, Tokayev lançou os
paraquedistas contra os manifestantes e solicitou aos chefes dos Estados da
OTSC que enviassem tropas para superar a “ameaça terrorista”,
qualificando os manifestantes que havia tentando acalmar pouco antes como
“bandos de terroristas internacionais”.
Quem são os
manifestantes?
Assembleia de trabalhadores petrolíferos na última segunda-feira, nas primeiras fases das manifestações no Cazaquistão.
Nem terroristas
internacionais, nem cidadãos indignados: trabalhadores em luta
Os protestos no
Cazaquistão acontecem em um contexto mais amplo do que o apresentado pela
imprensa. Como destacamos
em nosso resumo anual de lutas, um dos avanços mais
importantes de 2021 foi que desde o Cazaquistão até Donbass, passando pela Geórgia,
os trabalhadores ensaiaram formas de afirmação como classe.
Não é casualidade que
agora um dos epicentros dos protestos no Cazaquistão seja Zhanaozen. A onda de greves em
Zhanaozen em julho foi uma referência em toda Ásia Central.
O movimento que, como então destacamos, tendia a converter-se em greve de
massas apesar dos obstáculos sindicais, não deixou desde então de agregar
setores e conectar equipes, mantendo uma tensão constante que
impossibilitou até agora uma repressão brutal aberta.
Porém, sua influência foi
muito além do local. No Cazaquistão houve mais
greves na primeira metade de 2021 que nos três anos anteriores juntos, todas
centradas em Mangystau e Zhanaozen.
Quando um acidente nas
minas de Karaganda em Novembro pressionou o ânimo dos mineiros para uma nova
grande greve como a de 2017, os
sindicatos apressaram-se a abafar qualquer tentativa de resposta.
E praticamente ao mesmo tempo eclodiu a greve
nas instalações de gás da Mangystaumunaigaz na região de Zhanaozen.
A referência de Zhanaozen converteu a frustração dos mineiros em fermento de
uma greve selvagem (= por cima dos sindicatos) que agora estourou.
É essa acumulação e
confluência de lutas que vão acontecendo uma a uma – ainda que não todas – por
cima dos sindicatos, que explica a rápida mobilização a partir do primeiro dia,
quando o governo põe em marcha o aumento do preço do gás para o consumo
doméstico e de transporte.
Mineiros de Dzhezkazgan em frente ao edifício de governo local de Karaganda na quinta-feira.
Por exemplo, desde o dia
2 os mineiros de Dzhezkazgan, em Karaganda, verdadeiro epicentro das greves
selvagens, manifestam-se diante do edifício do governo por uma baixa na idade de
aposentadoria, contra a inflação e pela liberdade de manifestação.
Até o dia 5, em pleno colapso do Estado, os representantes políticos locais nem
sequer se dignaram a receber as petições dos trabalhadores.
Para se aquecerem, os manifestantes
acenderam uma fogueira e os moradores locais lhes levaram comida e chá. Os
mineiros dizem à RFE/RL que a manifestação é pacífica. A polícia vigia a
situação, porém não detém ninguém. A partir das 15 horas de 6 de janeiro, umas
300 pessoas encontram-se próximas do edifício do akimat. Segundo um dos
participantes da ação, no período da noite havia muito mais manifestantes, e
hoje estão somando-se novos participantes.
Na região de Karaganda, como em
outras regiões, não funciona internet, há problemas com a comunicação de
celular. A maioria das operadoras informam que somente é possível realizar
chamadas de emergência.
Por que lutam os
trabalhadores?
Uma trabalhadora em greve em Zhanaozen rechaça o argumento das “exigências do benefício” que oferece o presidente regional (direita).
Nem “Euromaidan” anti-russo,
nem “luta contra a corrupção”: as necessidades básicas dos trabalhadores são o
motor dos protestos no Cazaquistão
O detonador que acabou de
acionar as greves e manifestações no Cazaquistão, fazendo-as confluir, foi o
aumento do preço do gás.
As explorações extrativas
estão no meio do deserto e todos os bens são importados. O aumento do gás para
o transporte significa aumento
geral dos preços e perda de um poder de compra que já estava no limite pelos
baixos salários.
“Os preços do gás, que também
produzimos, decolaram. Tudo depende do gás. Se o gás encarece, tudo encarece.
As pessoas comuns já dispõem de pouca
renda, e a situação piorará. Que reduzam o preço do gás para 50-60 tenges. Ou
que aumentem nossos salários para 200 mil tenges. Do contrário, não
sobreviveremos quando tudo encarecer.
As autoridades dizem que não há gás
suficiente, que a planta construída há 50 anos está desgastada, antiquada. E o
que fizeram durante 30 anos?” – Um
trabalhador, recolhido por RLT
Os diretores das plantas,
sindicalistas e o presidente local tentaram “explicar” aos trabalhadores porque
“precisavam” aumentar os preços (ver
vídeo). O argumento de sempre: a empresa, caso contrário,
entraria em perdas e perder-se iam os empregos, que era necessário aguentar e
esperar um futuro melhor. Os trabalhadores responderam que contar “contos de
fadas” não era uma solução para os problemas e políticos, sindicalistas
e diretores saíram sem convencer ninguém. Os
trabalhadores aprenderam a lição.
O ano passado essas empresas
começaram a ser otimizadas em grande escala. Cortaram-se postos de trabalho, os
trabalhadores começaram a perder seus pagamentos, os bônus, muitas empresas converteram-se
em simples empresas de serviços.
Quando na região de Atirau a empresa
Tengiz Oil despediu 40 mil trabalhadores de uma vez, foi um verdadeiro choque
para todo o oeste do Cazaquistão. O Estado não fez nada para evitar essas
demissões massivas. E é necessário entender que um trabalhador petrolífero
alimenta de 5 a 10 membros de sua família. A demissão de um trabalhador condena
automaticamente toda a família à fome.
Aqui não existem postos de trabalho,
exceto no setor petrolífero e nos setores que atendem suas necessidades. - Ainor
Kurmanov
As manifestações no
Cazaquistão são na verdade uma revolução?
Almati na última terça-feira.
Os protestos no Cazaquistão não chegaram a uma revolução, é uma greve de massas que não ainda não está auto-organizada
O que estamos vendo não é
uma revolução, mas uma greve de massas que não para de se estender e que,
contudo, bastou para colapsar o aparato repressivo do Estado cazaque.
Salvo em algumas empresas
de Zhanaozen, as lutas confluíram, porém não as assembleias e os comitês
elegidos por essas. Em seu conjunto, a luta está ainda longe
do nível de auto-organização dos trabalhadores que temos visto no Irã.
O resultado é que os
trabalhadores descobriram sua própria força e apareceram como sujeito político
determinante a nível nacional... porém, não têm capacidade de organizar o poder
que ficou vago.
Essa debilidade
organizativa das manifestações no Cazaquistão não pode deixar de se converter
em uma fraqueza programática. Vimos isso em Aktau, ontem à noite. Os dirigentes sindicais assumiram a liderança dos protestos com o consentimento das forças repressivas e do governo regional,
reafirmaram as reivindicações básicas às quais se opunham até recentemente, e reivindicaram a manutenção da ordem. Muito simbolicamente, estenderam uma bandeira
nacional – símbolo do interesse que enfrentam os trabalhadores – o mais rápido
possível.
Os sindicatos semeiam o
caminho para a derrota, como em todos os
lados, porém ao final desta há algo pior que um novo corte
nas necessidades básicas. Reforçado pelos paraquedistas russos e animado ante a
perspectiva de contar com 2.500 soldados quirguizes e tajiques
que a OTSC
lhe prometeu imediatamente, o presidente Tokayev ordenou ao
exército a “disparar para matar” contra os “20.000
bandidos” que continuam a protestar em Almati.
Então, por que os países
da área de influência russa mandam tropas?
Tropas
paraquedistas russas embarcam para reprimir os protestos no Cazaquistão.
As classes dirigentes
reconhecem e se unem diante de seu inimigo, sem deixar de proteger-se ante o
que poderia fazer seu competidor frente a um vazio de poder
As classes dirigentes
regionais entenderam claramente desde o primeiro momento o que havia por
debaixo das manifestações no Cazaquistão. Sabem reconhecer o inimigo de classe
quando o veem em movimento. Há
dez anos não lhes tremeu o pulso na hora de reprimir a sangue e fogo em Zhanaozen.
Tampouco têm dúvidas as
agências e os governos europeus e anglo-saxões. Desta vez não existem apoios e
mensagens como na Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Geórgia... ou cada vez que uma
facção burguesa faz algo que possa incomodar o imperialismo russo.
A “união sagrada” entre
as facções da burguesia produz-se automaticamente cada vez que o proletariado
entra em cena. Inclusive entre rivais imperialistas. Basta recordar Berlim
em 1953, ou Budapeste
em 1956. Nesse caso, quando a Chevron
é uma das empresas petrolíferas diretamente afetadas pelas greves em Tengiz,
não podia se esperar outra coisa.
Porém, tampouco deixam de
competir entre si, nem deixam de tentar tirar vantagem, ainda que somente seja
simbólica ou propagandista do que em realidade é um revés para todas elas. É
expressivo como a imprensa anglo e seus ecos em outros idiomas, apesar de não
colocarem o tema nas primeiras páginas, tentaram puxar a sardinha pro seu lado apresentando
as manifestações no Cazaquistão como uma revolta “contra a corrupção e a
desigualdade”, o
que poderia
ter réplicas também na própria Rússia.
Putin sabe de sobra que
não deve temer uma intervenção de seus rivais imperialistas, nem sequer sofrerá
novas represálias econômicas por lançar suas tropas de elite contra os
protestos no Cazaquistão. Porém teme, com razão e como os demais governos da
região, os custos econômicos e os riscos políticos de um vazio de poder.
Seu objetivo primário é
cortar pela raiz qualquer possível evolução revolucionária das manifestações no
Cazaquistão. Porém, há mais. Frente a seus rivais imperialistas quer mostrar a
capacidade da Rússia para “manter a ordem” em sua esfera direta de influência.
E frente aos governos aliados na Ásia Central e no Cáucaso, mandar o sinal de
que é capaz de lhes manter no poder em caso de enfrentarem uma mobilização de
classe como a que impulsiona os protestos no Cazaquistão...
... o que é certo, mas
somente em partes, porque o fundamental não depende dele, senão do
desenvolvimento da auto-organização dos trabalhadores. Um passinho a mais de
onde os trabalhadores chegaram até agora e as seguranças da classe dirigente se
dissipariam.
Boa contribuição camaradas.
ResponderExcluirÉ interessante observar como a revolta no Cazaquistão se insere na onda de revoltas proletárias que andam ocorrendo internacionalmente nesse período histórico de “decomposição” do capitalismo (de acordo com a classificação de certos grupos, como a Corrente Comunista Internacional).
É de suma importância denunciar as polarizações interburguesas e interimperialistas que já estão sendo reproduzidas pelos contrarrevolucionários. Apesar da rivalidade entre as distintas facções capitalistas, ambos os lados reconhecem um inimigo em comum: o proletariado em luta. A social-democracia defende o massacre da classe trabalhadora sob o slogan da soberania cazaque no interior da geopolítica eurasiana, enquanto que o imperialismo estadunidense se aproveita da situação para impor a bandeira da democracia em prol de seus interesses igualmente anti-proletários.
Os posicionamentos em relação a essa luta demonstram de que lado da luta de classes se encontram as organizações ou mesmo as pessoas que assumem uma posição a favor desta ou daquela tendência. Aqueles que imaginam fantasticamente que se trata de uma “revolução colorida” se colocam contra o proletariado em luta e a favor dos capitalistas.
Sim! Com certeza é necessário observar isso, resta saber qual o nível de influência que as revoltas no Irã, Iraque, Síria, e outros na região, estão tendo sobre o Cazaquistão.
ExcluirSobre a questão das polarizações interburguesas, e em especial essas polarizações interimperialistas, vale destacar a posição do coletivo Chuang em uma situação parecida (os protestos recentes em Hong Kong), onde foram estipuladas as mesmas divisões:
"Mas os dois países não são deuses, é claro. Na verdade, não são sequer dois países no sentido presumido pela geopolítica. China e América são apenas duas das maiores porções de uma única economia global, repleta de contradições. Quando estas contradições se intensificam, parece que estas duas partes de um único corpo, voltadas uma contra a outra, são dois corpos distintos em conflito. É fácil cometer o erro. Como os deuses lutam nas nuvens, raramente ousamos olhar para cima, ocupados, pois estamos tentando não ser esmagados. Mas se você olhar acima para a escuridão, você pode começar a ver o contorno de algo diferente: ao invés de dois deuses em combate político, uma única e monstruosa divindade emerge através da névoa, seu corpo se une, não pelo Estado, mas pela economia. Ainda mais horrível é a percepção de que você mesmo - seu país, sua cidade, não importa onde - é uma parte minúscula e subordinada desta única divindade que atravessa a terra. Somente quando você vislumbra seu rosto é que você percebe que nunca houve dois deuses batalhando no topo da montanha, mas sempre um, dividido contra si mesmo, garras rasgando seu próprio peito, dentes afiados estalando em seus próprios tornozelos, dançando loucamente enquanto rasga seu corpo e o mundo com ele. Neste momento estamos testemunhando apenas os passos iniciais nesta dança, algumas manchas de sangue que predizem o futuro ainda distante. Mas olhar para a realidade do deus da economia global, unido na divisão, nos leva a concluir que nem a China nem a América podem vencer, e se Hong Kong aposta em qualquer uma delas, está apostando no fracasso. Como se ainda não estivesse claro: todos vocês já fazem parte do corpo da economia global, mesmo quando estão esmagados por baixo de seu peso."
O discurso anti-imperialista, quando não é sínico, reconhece as condições miseráveis dos proletários cazaques, porém diz que a revolta serve apenas para desestabilizar a soberania local e ajudar numa intervenção ocidental. Bem, obviamente. É óbvio que os EUA vai querer tirar vantagem de uma situação assim, da maneira que puder, bem como a Rússia tenta recuperar o controle da sua esfera de influência até pela intervenção militar. É justamente por isso que não devemos nos agarrar a facções burguesas, ambas somente lutam por seus interesses. Se a preocupação é a cooptação, e essa é uma preocupação legítima, o que deve ser feito é a afirmação com ainda mais força de um programa autônomo, não a capitulação à facção "menos pior", "anti-imperialista", "oriental", etc.
Obrigado pelo comentário!
Muito importante esse esclarecimento, aqui no ocidente a mídia burguesa tende a dissolver os fatos como se tudo não passasse de uma simples revolta. Provavelmente as forças repressoras vão fazer muitas vítimas até conter os trabalhadores em luta, no entanto, isso prova que quando os trabalhadores se autoirganiza fora das instâncias burocráticas da burguesia(partidos e sindicatos), sua força assusta a classe dominante, ao mesmo tempo em nos mostra que a revolução ainda é possível.
ResponderExcluirPenso que a problemática não é nem taxar como apenas uma revolta, o que é realmente. Mas sim uma cooptação para dentro das polarizações burguesas.
ExcluirAssim, o que é uma revolta contra as condições miseráveis de exploração, acaba se tornando uma "luta contra corrupção", ou "contra a desigualdade provocada pelo governo autoritário", esses "discursos" acabam por colocar essas situações como uma anomalia, como problemas de caráter e apontar a solução como apenas uma escolha de outra facção burguesa.
Mas sim, apesar de toda essa fraqueza programática, nosso surgimento como sujeito político ainda é capaz de causar tanto temor à burguesia que esta precisa recorrer ao auxílio internacional para se manter firme (explicitando o caráter internacional que a revolta tem de tomar).
Obrigado pelo comentário!